RETROSPECTIVA: 2011 NO CINEMA (parte 3)
21. Piratas do Caribe: navegando em águas misteriosas (Pirates of the Caribeen: on stranger tides, 2011), de Rob Marshall
Tudo indica que este foi o epílogo da franquia baseada em um brinquedo da Disney. É bom que seja mesmo, pois a trama já rendeu mais do que o suficiente, o que fica muito claro aqui: Johnny Depp acerta novamente como Jack Sparrow, mas o roteiro mal acabado desperdiça o talento do ator e ainda coloca a bela Penélope Cruz em uma personagem constrangedora.
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Nota; 5.0
22. Um novo despertar (The beaver, 2011), de Jodie Foster
A crítica apedrejou o novo trabalho de Foster na direção, e deve ter afugentado muitos espectadores em potencial de um filme que está longe de ser ruim como apontaram. Some-se ao roteiro sincero a interpretação maravilhosa de Mel Gibson, que renasce como ator em um papel complexo, capaz de gerar a comoção, a cumplicidade e o riso.
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Nota: 7.0
23. O homem ao lado (El hombre de al lado, 2009), de Gastón Duprat e Mariano Cohn
Um embate entre dois vizinhos por conta de uma janela se torna uma das comédias argentinas mais improváveis dos últimos anos, com desdobramentos que oscilam entre o riso e a constrição. Pequenas armadilhas espalhadas no roteiro esperto fazem o público mudar constantemente de lado nesse conto moderno sobre a paranoia da insegurança nas grandes metrópoles.
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Nota: 8.0
24. Singularidades de uma rapariga loura (idem, 2009), de Manoel de Oliveira
A trama aparentemente simples é apenas um pretexto para questões mais profundas sejam debatidas pelo roteiro, decalcado de uma obra que enxovalha certos códigos de conduta a que a sociedade se viu obrigada a se apagar com o passar dos anos. Uma pequena joia do cinema português lapidada pelo longevo e incansável Manoel de Oliveira.
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Nota: 9.0
25. Namorados para sempre (Blue valentine, 2010), de Derek Cianfrance
O longa-metragem trata de incongruências, de falsas similitudes, e do quanto se está sozinho mesmo diante da presença de alguém a quem se escolheu para dividir a vida. Há que se lembrar que, assim como nascemos sozinhos, estamos fadados também a morrer sozinhos. E esse breve sopro que é a vida, uma sutil respiração que transcorre como um vento passageiro, que aparece e vai embora, é a tentativa intermitente de estabelecer uma conexão com outro.
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Nota: 9.5
26. Meia-noite em Paris (Midnight in Paris, 2011), de Woody Allen
É fato que o filme agradou em cheio a crítica e o público, proporcionando, em certos termos, uma reconciliação entre esses dois polos e Allen, algo que não acontecia efetivamente desde o lançamento de Ponto final (Match point, 2005), por acaso, no mesmo festival de Cannes. Meia noite em Paris traz uma fusão interessante entre apego à arte e certa ingenuidade salutar. O subtexto trazido pelo diretor é bastante simples e eficiente: a evasão espaço-temporal não é suficiente para a resolução de qualquer problema.
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Nota: 10.0
27. Potiche – Esposa troféu (Potiche, 2010), de François Ozon
Em sua definição básica, o farsesco é um gênero de teor dramático, mas que suscita situações com um quê de ridículo, e se baseia normalmente em um núcleo familiar. Longe de ser enciclopédica, essa breve observação auxilia a compreensão de que Ozon nos forneceu, em diálogo com uma produção pregressa, um retrato caricatural de certa classe social abastada e suas doces frivolidades. É uma pena que tenham tascado um subtítulo tão óbvio e irritante no Brasil.
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Nota: 8.0
28. Saturno em oposição (Saturno contro, 2007), de Ferzan Özpetek
Capricha no drama para contar a história de amigos cujos laços que os mantêm unidos são mais fortes do que a morte de um deles. O diretor de ascendência turca oferece um retrato carinhoso das relações humanas e produz calor com uma crônica moderna e sincera, com poucos tropeços no sentimentalismo exacerbado.
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Nota: 7.0
29. Estranhos normais (Happy family, 2010), de Gabriele Salvatores
Mais uma comédia italiana a ter chance no circuito, que brinca com a metalinguagem e oferece ao público a chance de conferir uma outra faceta do diretor, que se sai bem ao conduzir uma trama que flerta com Pirandello e leva a um divertido e interessante quebra-cabeças.
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Nota: 8.0
30. A missão do gerente de recursos humanos (The human resources manager, 2010), de Eran Riklis
Não é exatamente necessário ter tido um contato anterior com a filmografia de Eran Riklis para apreciar o filme a contento. Mas é interessante ter uma visão de um de seus dois filmes anteriores, para um cotejo entre elementos que parecem ser recorrentes em sua carreira. A despeito disso, o filme vale por si só, e se configura como uma produção que parte de uma centelha de humanidade para expandi-la e refletir sobre uma luta individual contra instituições de ordem superior.
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Nota: 8.0
Tudo indica que este foi o epílogo da franquia baseada em um brinquedo da Disney. É bom que seja mesmo, pois a trama já rendeu mais do que o suficiente, o que fica muito claro aqui: Johnny Depp acerta novamente como Jack Sparrow, mas o roteiro mal acabado desperdiça o talento do ator e ainda coloca a bela Penélope Cruz em uma personagem constrangedora.
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Nota; 5.0
22. Um novo despertar (The beaver, 2011), de Jodie Foster
A crítica apedrejou o novo trabalho de Foster na direção, e deve ter afugentado muitos espectadores em potencial de um filme que está longe de ser ruim como apontaram. Some-se ao roteiro sincero a interpretação maravilhosa de Mel Gibson, que renasce como ator em um papel complexo, capaz de gerar a comoção, a cumplicidade e o riso.
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Nota: 7.0
23. O homem ao lado (El hombre de al lado, 2009), de Gastón Duprat e Mariano Cohn
Um embate entre dois vizinhos por conta de uma janela se torna uma das comédias argentinas mais improváveis dos últimos anos, com desdobramentos que oscilam entre o riso e a constrição. Pequenas armadilhas espalhadas no roteiro esperto fazem o público mudar constantemente de lado nesse conto moderno sobre a paranoia da insegurança nas grandes metrópoles.
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Nota: 8.0
24. Singularidades de uma rapariga loura (idem, 2009), de Manoel de Oliveira
A trama aparentemente simples é apenas um pretexto para questões mais profundas sejam debatidas pelo roteiro, decalcado de uma obra que enxovalha certos códigos de conduta a que a sociedade se viu obrigada a se apagar com o passar dos anos. Uma pequena joia do cinema português lapidada pelo longevo e incansável Manoel de Oliveira.
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Nota: 9.0
25. Namorados para sempre (Blue valentine, 2010), de Derek Cianfrance
O longa-metragem trata de incongruências, de falsas similitudes, e do quanto se está sozinho mesmo diante da presença de alguém a quem se escolheu para dividir a vida. Há que se lembrar que, assim como nascemos sozinhos, estamos fadados também a morrer sozinhos. E esse breve sopro que é a vida, uma sutil respiração que transcorre como um vento passageiro, que aparece e vai embora, é a tentativa intermitente de estabelecer uma conexão com outro.
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Nota: 9.5
26. Meia-noite em Paris (Midnight in Paris, 2011), de Woody Allen
É fato que o filme agradou em cheio a crítica e o público, proporcionando, em certos termos, uma reconciliação entre esses dois polos e Allen, algo que não acontecia efetivamente desde o lançamento de Ponto final (Match point, 2005), por acaso, no mesmo festival de Cannes. Meia noite em Paris traz uma fusão interessante entre apego à arte e certa ingenuidade salutar. O subtexto trazido pelo diretor é bastante simples e eficiente: a evasão espaço-temporal não é suficiente para a resolução de qualquer problema.
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27. Potiche – Esposa troféu (Potiche, 2010), de François Ozon
Em sua definição básica, o farsesco é um gênero de teor dramático, mas que suscita situações com um quê de ridículo, e se baseia normalmente em um núcleo familiar. Longe de ser enciclopédica, essa breve observação auxilia a compreensão de que Ozon nos forneceu, em diálogo com uma produção pregressa, um retrato caricatural de certa classe social abastada e suas doces frivolidades. É uma pena que tenham tascado um subtítulo tão óbvio e irritante no Brasil.
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28. Saturno em oposição (Saturno contro, 2007), de Ferzan Özpetek
Capricha no drama para contar a história de amigos cujos laços que os mantêm unidos são mais fortes do que a morte de um deles. O diretor de ascendência turca oferece um retrato carinhoso das relações humanas e produz calor com uma crônica moderna e sincera, com poucos tropeços no sentimentalismo exacerbado.
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29. Estranhos normais (Happy family, 2010), de Gabriele Salvatores
Mais uma comédia italiana a ter chance no circuito, que brinca com a metalinguagem e oferece ao público a chance de conferir uma outra faceta do diretor, que se sai bem ao conduzir uma trama que flerta com Pirandello e leva a um divertido e interessante quebra-cabeças.
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Nota: 8.0
30. A missão do gerente de recursos humanos (The human resources manager, 2010), de Eran Riklis
Não é exatamente necessário ter tido um contato anterior com a filmografia de Eran Riklis para apreciar o filme a contento. Mas é interessante ter uma visão de um de seus dois filmes anteriores, para um cotejo entre elementos que parecem ser recorrentes em sua carreira. A despeito disso, o filme vale por si só, e se configura como uma produção que parte de uma centelha de humanidade para expandi-la e refletir sobre uma luta individual contra instituições de ordem superior.
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Nota: 8.0
Patrick!!!!
ResponderExcluirSeu blog é incrível!!!!!!!!!!!!!!
Cheguei a ele com uma pesquisa por imagens do "being J. Malkovich".
Me apaixonei e fui lendo o resto.
Textos simples, mas críticas contundentes, pessoais, livres de influências (mas levando opiniões alheias em consideração) e pertinentes.
Favoritei.
Grande abraço!
ah! Minha sugestão:
ResponderExcluircoloque mais informações sobre cidade, idade, formação.
Os leitores ficamos para "enquadrar" o leitor em padrões cartesianamente identificáveis, como localiação geográfica, analógica, cronológica e etc.
Outro abraço!
Rômulo,
ResponderExcluirmuito obrigado pelos elogios ao meu blog!
Tenho me dedicado bastante a ele, afinal sou completamente apaixonado por cinema.
Seja sempre bem-vindo por aqui!
Não entendi bem sua sugestão: as informações que você falou deveriam ser sobre mim?
Abração!
Olá, Patrick...
ResponderExcluirIsso mesmo, eu quis dizer colocar informações sobre você. É que faltou a palavra "curiosos" ali na minha segunda frase. Seria "os leitores ficamos curiosos para enquadrar..." É que, sempre que leio blogs (de críticas ou qq outro) fico curioso por saber sobre a formação cultural da pessoa, para melhor entender de onde ela enxerga o que escreve, qual o repertório dela.
Uma crítica escrita por um paulistano, por exemplo, é bem diferente da crítica de um cidadão gaúcho, por exemplo (naturalidades escolhidas aleatoriamente). Falo da formação de repertório que terá influência direta sobre a ótica com que o espectador vê o filme.
Porrahn! Falei demais agora. abraço.
Se empolgou mesmo, mas isso é bom! haha
ResponderExcluirBem, coloquei alguma informações adicionais, mas o menu desse blog é meio irritante, pois não sei se todas aparecem para qualquer pessoa que acessar o meu perfil. Mas sou carioca, tenho 22 anos e acabei de me graduar em Letras: Português - Italiano pela UFRJ.
Abraço!