BALANÇO MENSAL - JUNHO

E lá vamos nós a mais um balanço mensal! Enquanto não consigo abastecer o blog com novas críticas, resultado de um misto de tempo escasso com certa exaustão mental, ao menos compartilho com meus seis leitores o que tenho visto ao longo de mais um mês. Junho foi super especial porque trouxe consigo duas notas 10, em um ano que tem sido parco na cotação máxima. Os responsáveis pelos filmes que valeram tal nota foram Sidney Lumet, Peter Docter e Ronaldo Del Carmen. Completando o pódio da vez, surge Blake Edwards, em uma comédia bem melhor que a anterior sua que tinha visto.

Mas eles estiveram acompanhados por outros nomes de peso, alguns dos quais eu já não convidava a fazer parte do meu percurso cinéfilo há vários meses ou até anos. Os nomes que merecem destaque dessa vez são Howard HawksMiloš Forman, Rainer Werner Fassbinder, Alfred Hitchcock e Takashi Miike. Nem todos me trouxeram novos exemplares mravilhosos de suas filmografias, mas são dignos de atenção por algum elemento interessante em suas propostas conferidas dessa vez. Seguem os integrantes do meu junho diante da tela:

MEDALHA DE OURO



Divertida mente (Peter Docter e Ronaldo Del Carmen, 2015)

Faço questão de escrever uma crítica completa para o filme, que pretendo publicar em breve (assim que estiver pronta...). 

Atualização: a crítica foi escrita e está disponível logo acima dessa postagem ou nesse link.

MEDALHA DE PRATA



Rede de intrigas (Sidney Lumet, 1976)


Os bastidores televisivos em toda a sua sordidez são a tônica do melhor trabalho de Sidney Lumet (e olha que estamos falando de um diretor com numerosos acertos ao longo da carreira). Atirando no que viu e acertando o que não viu, o apresentador de um telejornal anuncia seu suicídio ao vivo depois de ter sabido de sua demissão e eleva a audiência do programa a níveis apetitosos para os executivos, que não hesitam em alçá-lo à condição de arauto da desesperança e da indignação. A narrativa é verborrágica e não faltam monólogos e diálogos de arrepiar, e um exemplo de cada é o discurso do ex-demitido sobre a podridão da TV e a constatação de um outro personagem sobre a deterioração moral de uma das diretoras do jornalístico. Uma obra-prima memorável, senhores.

MEDALHA DE BRONZE


Um convidado bem trapalhão (Blake Edwards, 1968)

Despreze o título nacional (ou divirta-se também com ele) e embarque na proposta tresloucada dessa comédia de costumes em que, a cada vez que o bizarro ganha mais espaço, mais hilária fica. Especialista em construir tipos, Peter Sellers é o tal convidado que nomeia o filme em português, um ator indiano que sempre mete os pés pelas mãos e gera situações que vão do desconforto ao caos generalizado. Com a ação transcorrendo quase inteiramente na festa para a qual ele não havia sido convidado - surge apenas um prólogo que contextualiza o jeito de ser atrapalhado dele -, Edwards deita e rola mostrando o quanto a sociedade pode ser ridícula. Até um elefante pintado com mensagens de teor questionável dá as caras lá pelas tantas!

INÉDITOS

LONGAS:


1. Nada é para sempre (Robert, Redford, 1992) ->7.0
2. Antes de partir (Rob Reiner, 2007) -> 6.0
3. Gloria (Sebastian Lelio, 2013) -> 8.5
4. Rota de fuga (Mikael Håfström, 2013) -> 7.0
5. Brincando de seduzir (Ted Demme, 1996) -> 6.0 
6. Tomorrowland: Um lugar onde nada é impossível (Brad Bird, 2015) -> 6.5
7. O livro de Eli (Albert e Allen Hughes, 2010) -> 7.5


8. A condessa de Hong Kong (Charles Chaplin, 1967) -> 8.0 
9. Ponte aérea (Julia Rezende, 2015) -> 8.0
10. O grande ano (David Frankel, 2011) -> 4.0
11. O teste decisivo (Takashi Miike, 1999) -> 7.0
12. Permanência (Leonardo Ciasca, 2014) -> 7.5
13. Mamãe é de morte (John Waters, 1994) -> 7.0
  14. Por falar de amor (Fred Schepsi, 2013) -> 7.0
15. Cássia Eller (Paulo Henrique Fontenelle, 2014) -> 7.5


16. Marnie - Confissões de uma ladra (Alfred Hitchcock, 1964) -> 7.0
17. A ilha dos milharais (George Ovashvili, 2014) -> 8.5
18. Quando estou com Marnie (Hiromasa Yonebayashi, 2014) -> 8.0 
19. Performance (Donald Cammell e Nicolas Roeg, 1970) -> 6.0
20. Love (William Eubank, 2011) 6.0
21. As lágrimas amargas de Petra von Kant (Rainer Werner Fassbinder, 1972) -> 8.0
22. O golpista do ano (Glenn Ficarra e John Requa, 2009) -> 7.0 
23. O homem que amava as mulheres (François Truffaut, 1977) -> 6.0
24. De cabeça erguida (Emmanuelle Bercot, 2015) -> 8.0
25. O prisioneiro do rock (Richard Thorpe, 1957) -> 7.0


26. Os idiotas (Lars Von Trier, 1998) -> 6.0
27. Cala a boca, Philip! (Alex Ross Perry, 2014) ->6.0
28. As três faces de Eva (Nunnally Johnson, 1957) -> 8.0
29. Amor para sempre (Roger Michell, 2004) -> 7.0
30. Enquanto somos jovens (Noah Baumbach, 2014) -> 7.0
31. A delicadeza do amor (David e Stéphane Foenkinos, 2011) -> 8.0
32. Os homens preferem as louras (Howard Hawks, 1953) -> 8.5
33. Enigma de uma vida (Frank Perry, 1968) -> 7.5
34. Jogo de amor em Las Vegas (Tom Vaughn, 2008) -> 6.0


35. Rede de intrigas (Sidney Lumet, 1976) -> 10.0
36. Os amores de uma loura (Miloš Forman, 1965) -> 8.0
37. Broken (Rufus Norris, 2012) -> 7.0
38. Cake - Uma razão para viver (Daniel Barnz, 2014) -> 7.5
39. Um convidado bem trapalhão (Blake Edwards, 1968) -> 9.0
40. Os suspeitos (Bryan Singer, 1995) -> 7.0
41. Divertida mente (Peter Docter e Ronaldo Del Carmen, 2015) -> 10.0


CURTAS:

Um pequeno grande erro (Angus MacLane, 2011) -> 7.5
Lava (James Ford Murphy, 2014) -> 7.5

REVISTOS


Embriagado de amor (Paul Thomas Anderson, 2002) -> 8.5
Um misterioso assassinato em Manhattan (Woody Allen, 1993) -> 10.0

MELHOR FILME: Divertida mente
PIOR FILME: O grande ano
MELHOR DIRETOR: Sidney Lumet, por Rede de intrigas
MELHOR ATRIZ: Paulina Garcia, por Gloria
MELHOR ATOR: Peter Sellers, por Um convidado bem trapalhão
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Faye Dunaway, por Rede de intrigas
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Catherine Deneuve, por De cabeça erguida
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Rede de intrigas
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: A delicadeza do amor
MELHOR FOTOGRAFIA: Divertida mente
MELHOR TRILHA SONORA: Divertida mente
MELHOR CENA: O diálogo da reta final de Rede de intrigas
MELHOR FINAL: Divertida mente

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